segunda-feira, 22 de março de 2010

Depoimento de Zilda para mim

"O Barco!
Noite no teu,tão bonito
Sorriso solto perdido
Horizonte, madrugada
O riso, o arco da madrugada
O porto, nada!...

Navegar é preciso
Viver não é preciso"

Sempre me coloco como uma grande vírgula na vida das pessoas, sabe? Como algo que interrompe, freia. Acho que na resultante dos fatos acabo sendo mesmo. Depois penso em nadar, continuar remando meu barco no meio do rio, procurando uma margem qualquer pra que descanse e quiçá um dia venha a deitar nas margens. Tem dias que olho pros lados e só vejo uma imensidão de águas. Um gigantismo medíocre em que estou completamente absorta. Sobe um medo, um choro preso. Às vezes o choro vira fato consumado, outras(contam-se muitas outras) o choro empredra, convertendo-se em gigantes e vultosos icebergs no meio do rio. Daí penso, um dia derrete! Mais mar, mais água. NAVEGAR, NAVEGAR!

Acho que pra toda decisão, mesmo as mais pequenas é exigido do homem uma quantidade secreta de força e auto conhecimento.Esse ano, tive que decidir coisas muito importantes pra mim, decisões gigantes! descobri que sei muito do que sou,para que sou. Hesitação é normal, acho que tudo que nos balança é válido, mesmo que existam estágios de náusea. A náusea antecede o vigor. Assim como o medo antecede a liberdade, o vazio à plenitude. Os sentimentos são tão cheio de antíteses bem construídas que é impossível definir sem entrar em lapsos. Espero que tenha força pra se buscar, sabe? Solidão é linda quando bem sugada, quando bem compartilhada. Gosto muito de você, embora não possa guiar seus passos ou carregá-lo. Estou andando também, estou remando, aueaheha. Ao me ver remar, espero que não pare nunca.nunca.

Zilda

Nenhum comentário: